Vítima é um homem de 42 anos, sem registro de imunização, residente na capital paulista; número de casos em SP está em 2.457
A Secretaria Estadual da Saúde confirmou nesta quarta-feira, 28, a primeira morte por sarampo no estado de São Paulo no atual surto da doença. O óbito aconteceu na capital paulista. A vítima é um homem de 42 anos, sem registro de imunização. Ainda não há mais detalhes do caso.
São Paulo não registrava uma morte por sarampo desde 1997, quando o estado enfrentou uma epidemia do vírus.
De acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, o estado tem 2.457 casos da doença. A maior parte deles (66%) se concentra na capital paulista, que tem 1.637 pessoas contaminadas pela doença.
Campanha de vacinação em São Paulo
Diante do surto, a prefeitura de São Paulo decidiu prorrogar a campanha de vacinação contra sarampo para jovens de 15 a 29 anos e bebês de 6 meses a um ano de idade até o dia 31 de agosto. A recomendação é de que todas as pessoas incluídas nesses grupos se imunizem, independentemente de já terem tomado as duas doses da vacina anteriormente.
As crianças são a população mais vulnerável, e representam cerca de 13% do total de casos registrados em São Paulo. A aplicação dessa dose, chamada “dose zero”, visa proteger as crianças e não será contabilizada no calendário nacional de vacinação da criança. Ou seja, os pais ou responsáveis também deverão levar as crianças aos postos para receber a tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses e novamente aos 15 meses para aplicação do reforço com a tetraviral, que protege também contra varicela (catapora)
O Programa de Imunização prevê que crianças e adultos, com idade entre um ano a 29 anos, devem ter pelo menos duas doces da vacina contra o sarampo. Acima desta faixa, até 59 anos, é preciso ter pelo menos uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 60 anos, pois esse público potencialmente teve contato com o vírus, no passado.
As pessoas que tiverem dúvidas quanto à imunização adequada devem procurar um posto de vacinação, de preferência com a carteira vacinal, para que um profissional verifique a necessidade de aplicação da dose.
Sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa – se dez pessoas não imunizadas tiverem contato com uma pessoa infectada, nove vão adoecer. A transmissão ocorre de forma direta, de pessoa para pessoa, por meio de contato com secreções expelidas pela fala, tosse e/ou espirro.
Os sintomas incluem indisposição inicial (com duração de três a cinco dias), febre alta (acima de 38,5 graus), mal-estar, coriza, conjuntivite, tosse, falta de apetite e exantema (erupções cutâneas vermelhas). Nesse período, manchas brancas podem ser observadas na face interna das bochechas. Já as manchas vermelhas na pele aparecem inicialmente atrás da orelha e se espalham para a rosto, pescoço, membros superiores, tronco e membros inferiores.
O sarampo apresenta complicações que, em casos graves, podem até mesmo levar à morte, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano de idade. Entre as complicações estão: otite média aguda, pneumonia bacteriana, laringite e laringotraqueite. Em casos mais raros, há manifestações neurológicas, doenças cardíacas, miocardite, pericardite e panencefalite esclerosante subaguda (complicação rara que acomete o sistema nervoso central após sete anos da doença).
Segundo o Ministério da Saúde, as complicações do sarampo podem deixar sequelas, especialmente se contraído na infância, incluindo cegueira, surdez, diminuição da capacidade mental e retardo do crescimento.
Como não existe tratamento específico para a doença, é necessário prevenir-se por meio da imunização. A vacina é segura e eficaz.